Quem é fã de HQs tem a oportunidade de reler (ou ler pela primeira vez) a obra máxima dos artistas Mark Waid (roteiro) e Alex Ross (arte) – O Reino do Amanhã (Kingdom Come, em inglês). Ela está seno relançada pela Panini em um compilado de 340 páginas.
Reino do Amanhã Edição Definitiva chega às comic shops e livrarias contendo a história completa (e o epílogo) e mais uma tonelada de extras que incluem esboços de Ross, a curiosa história da publicação e muito mais.
Eu tive a oportunidade de ler, me lembro bem, pois foi com um dos meus primeiros salários ganhos com muito “suor”, que adquiri essa obra. Eu passeava pelos centros de Porto Alegre, quando me deparei com uma loja chamada Planeta Proibido (já não existe mais, infelizmente), quando vi que era uma comic book shop e decide entrar. Vi algumas revistas que não possuía e fiquei no velho dilema qual levar, pois não tinha dinheiro para comprar todas. Mas eis que procurando vi um pacote plástico bem ao fundo, com 04 revistas dentro. Ao ver o que era fiquei extasiado apenas vendo as belas capas do Alex Ross. Eu o já conhecia por outra grande obra chamada Marvels, entretanto, isto fica pra outro dia, ehehehe. Não precisa dizer quais revistas acabei comprando.
A primeira vez que foi lançada no Brasil foi em 04 edições pela Abril (acabaria sendo lançado um volume único pela Panini novamente nos anos 2000, mas nada tão luxuosa quanto essa nova. Nem preciso dizer que tenho todas elas).
Quanto ao Reino do Amanhã a história é sobre um futuro bem sombrio, onde Superman se aposentou após um trágico evento e uma nova geração se super-heróis, menos responsável e preocupada com seus atos, tomou para si a tarefa de “proteger” o planeta Terra. Mas uma imensa catástrofe no meio dos Estados Unidos obriga o Homem de Aço voltar à ativa. Para fazer isto ele vai precisar de ajuda de todos os seus antigos amigos e parceiros, visto que a maioria se aposentou após a grande inspiração que os levou a combater o crime parou de atuar: o próprio filho de Kripton.
Como não poderia deixar de ser, o maior inimigo do Superman, Lex Luthor, engendra um plano nas sombras e utiliza um antigo comparsa dos heróis para atingir suas metas. Mas Luthor não conta com a engenhosidade do maior aliados do Super: Batman. Durante anos o Homem Morcego foi um ferrenho lutador contra os malfeitores, porém, o tempo é inclemente e cobra um preço alto para alguém que é apenas um homem vestido de morcego sem grandes poderes. Mesmo assim vemos que sua inteligência ainda continua como sua grande arma e num enredo bem estruturado (ah, grande Mark Waid), vemos os heróis da antiga Liga renascerem, com a grande trinca da DC à frente de todos: Superman, Batman e Mulher-Maravilha.
Quem for ler deve prestar atenção a Mulher-Maravilha, pois ela é retratada do jeito que ela sempre deveria ter trabalhada nas HQs: uma mulher realmente forte, com opiniões que nem sempre agradam aos outros e a grande guerreira que é. Em um ponto da história, é a influência da princesa amazona que irá causar eventos inimagináveis.
Sempre fui um marvelmaníaco, mas após a leitura do Reino do Amanhã, voltei a ler os quadrinhos da DC Comics e, justamente nesta época, Grant Morrison começou a escrever os roteiros da revista mensal da Liga da Justiça. Nem preciso dizer que me levaram novamente a ter o prazer de ler novamente tudo que estava saíndo na editora do Batman e companhia.
Até hoje considero que O Reino do Amanhã me fez retornar não só a ler HQs da DC, mas a voltar a ler novamente quadrinhos de todas as editoras, porque foi uma história que me cativou muito, muito acima da média do que aparecia nos anos 90.
Ao lado de estão entre as 10 melhores HQs que eu li. Posso até dizer que é a primeira de todas e adoraria vê-la transposta para o cinema.
Na minha opinião, a melhor história para ser contada nos cinemas sobre a Liga da Justiça seria o Reino do Amanhã.
Para quem é fã de quadrinhos, é obrigação de ler e ter em sua coleção.
E para quem tiver o prazer de ler, apenas digo “Shazam“. Só quem leu ou irá ler vai entender.