A Valve, desenvolvedora de jogos como Half-Life e Counter Strike, prapara o lançamento de Left4Dead 2 para o dia 17 de novembro. É a segunda versão de um título muito bacana, lançado no final do ano passado. Nele, você e mais três pessoas (controlados por outros usuários ou pela máquina) têm que escapar de uma cidade infestada de zumbis. Todos os elementos, passando por cenário, música e personagens, são baseados naqueles clássicos filmes de mortos-vivos, com direito a cartazes cinematográficos e tudo mais.
Recomendo bastante que você jogue Left4Dead, mas este post não é sobre ele: é sobre o Steam, uma espécie de gerenciador de games desenvolvido pela própria Valve. Basicamente, você adquire um jogo da empresa (exemplo: Half-Life 2, desses comprados em caixinhas nas lojas), vincula-o com a sua conta no Steam e pode jogar online e baixar atualizações automaticamente (tanto de correções como de acréscimos ao jogo). Tem até funcionalidades básicas de comunidade, como adicionar amigos etc.
Mas você pode fazer mais do que isso: pode simplesmente pegar a caixa e o DVD e jogá-los na lixeira. Isso porque, uma vez vinculado o jogo à sua conta, mesmo que você formate a máquina e arranhe a mídia, basta entrar no Steam e solicitar o download e a reinstalação na sua máquina. O lado ruim é que, depois de enjoar do game, você não pode repassá-lo a ninguém. Enfim, a Valve combate a pirataria com a garantia de jogatina online sempre com as versões mais atualizadas dos jogos e outras novidades, em geral gratuitas.
Adeus às caixas
A caixa do meu citado Left4Dead descansa inútil no meu porta CDs – deve ir para o lixo em breve. Recentemente, o Steam tornou disponível, gratuitamente, mais duas fases para o jogo – em tempo, os jogadores meteram pau na empresa por considerar que o título recebeu poucas novidades entre a primeira e a segunda versão. Mas o que importa é o seguinte: para adquirir Left4Dead 2, não irei me deslocar a uma loja para comprar caixinha e mídia física. Sequer vou esperá-lo chegar ao Brasil.
Já comprei, antecipadamente, no próprio Steam por US$ 44,99, o equivalente a R$ 79,07 (todas as conversões são da data a publicação deste post). O pacote inclui 10% de desconto, acesso antecipado à versão demo (disponível neste final de semana) e um “exclusivo” taco de baseball para detonar zumbis logo depois do lançamento do game nos Estados Unidos. Desconheço a data de lançamento no mercado brasileiro, mas o preço de um game de qualidade para PC costuma ser de R$ 100.
Esta é apenas uma das barbadas que você encontra no Steam. Confira:
- Em comemoração ao Hallowen, foi possível comprar Team Fortress 2 por US$ 2,49 (R$ 4,37);
- Machinarium, um elogiado jogo independente com cenário steampunk, sai por US$ 19,99 (R$ 35,13);
- Torchlight, um RPG dos criadores do primeiro Diablo: US$ 19,99;
- Star Wars – Knights of the Old Republic: US$ 9,99 (R$ 17,55)
- Crysis e Dead Space, dois dos melhores jogos dos últimos anos por US$ 29,99 cada (R$ 52,70);
- Coleção Star Wars Jedi Knight: seis jogos por apenas US$ 19,99
Adeus às lojas
Considero o Steam um dos melhores exemplos de como a distribuição digital de conteúdo como jogos, filmes, séries de TV e música vai suplantar a física muito em breve. Arrisco-me a dizer que esta migração atingirá níveis massívos já em 2010, forçando locadoras e lojas de games, por exemplo, a fecharem ou a reverem seus modelos de negócios – talvez sobrevivam com a venda de acessórios (exemplo: instrumentos de games musicais, como Rock Band) e edições ‘premium’ (exemplo: uma coleção do U2 acompanhada de camisetas autografadas por todos os integrantes da banda).
Quanto aos produtos que podem ser vendidos em formato de bits, estes serão transferidos em velocidades cada vez mais rápidas – em breve, bastará solicitar um filme ou game para baixá-lo em minutos ou segundos (estou falando de Brasil, porque em países como o Japão, isso já seria possível). Além de locadores e lojas de games, este novo modelo de negócios colocará em risco intermediários como empresas de distribuição, além de fabricantes de mídias físicas e embalagens. Claro que o Steam não deixa se ser um atravessador entre desenvolvedores e produtores de jogos e… você.
Adeus às janelas
Será o fim, também, das “janelas de exibição”. Trata-se das etapas pelas quais um filme, por exemplo, passa desde a sua estréia nos cinemas norte-americanos até a sua exibição na Sessão da Tarde, passando por DVD, canais por assinatura e tal. Algumas séries de TV estão estreando no Brasil cerca de um mês depois dos Estados Unidos, como forma, sobretudo, de combater a pirataria. Também não será necessário aguardar tanto tempo para um game ser “localizado” para o mercado brasileiro – o Left4Dead 2 oferecido via Steam está totalmente em português.
Mas e o badalado iTunes não seria um exemplo melhor do que o Steam? Claro que é um modelo fantástico, mas, em primeiro lugar, ele não é tão eficiente no combate à pirataria, até porque não está disponível em países como o Brasil – ou seja, seu uso mais frequente é gerenciar e sincronizar playlists de música pirata, baixada da Web, com iPods e iPhones. Sequer é possível adquirir aplicativos que não sejam gratuitos – no Steam, basta dispor de cartão de crédito internacional. Não bastasse, ainda não se compara baixar uma música de 5 Mb com um game que ocuparia um DVD.
Bem-vinda concorrência
Embora seja o mais poderoso, sobretudo pela empresa que tem por trás e por aquelas com as quais tem acordos já fechados de distribuição – LucasArts e Electronic Arts, entre outras -, o Steam não reina isolado no segmento venda de games por download. O GOG e o Direct2Drive são dois exemplos, o primeiro oferecendo jogos mais antigos e modestos, e o segundo, um acervo mais parecido com o Steam, incluindo promoções bastante tentadoras – mas ainda não testei a aquisição de títulos. Pasmém, até mesmo a rede de varejo Ponto Frio já vende, por download, algumas dezenas de joguinhos.
Naturalmente, não são favorecidos apenas os usuários do PC. O Brasil é berço do Zeebo, videogame por meio do qual se baixa jogos via 3G (banda larga móvel). Pena que os títulos são bastante modestos, do nível daqueles para telefone celular. O OnLive é mais ambicioso: a jogatina é processada “nas nuvens” (nas máquinas da empresa) e retransmitida por streaming, como se fosse um programa de TV. A Sony removeu a unidade da fracassada mídia física UMD (com a qual tentou vender até filmes) dos PSP. O recém lançado videogame portátil PSP Go receberá conteúdo somente por download.
Lixo esse Steam, somente um cara egoísta pra falar bem dessa porcaria abstrata que vai acabar com o direito do colecionador, fala como se todo mundo tivesse banda larga e dinheiro caindo do céu pra comprar uma porcaria que não se pode tocar, como se 19 dolares fosse barato. Por 20 reais eu compro um jogo original com caixinha e manual que e muito mais bacana os jogos em domino na estante.
Lixo!
[…] formatar a sua máquina, por exemplo. O Steam reúne muitas outras funcionalidades (saiba mais em post publicado no blog netmania), sendo instalação obrigatória para aficionados por jogos para […]
[…] surgiu como uma desenvolvedora de jogos, a começar pelo bem-sucedido Half-Life. Depois, lançou um misto de loja e gerenciador de games chamado Steam, que já tem mais de 50 milhões de usuários. É uma das mais relevantes empresas do […]